No âmbito do "Todos a Ler", no dia em que homenageamos o nosso Patrono, oferecemos a leitura deste poema de António Feijó . SAIAS Amei-te de saias curtas, No tempo em que eras menina; Do quintal por entre as murtas, Da praia na areia fina. Depois, de saias compridas, No tempo das ilusões... Que beijos às escondidas! Que valsas pelos salões! Mais tarde, as saias estreitas, Amei-te de travadinha... Ó curvas mais que perfeitas! Sinuosidade da linha! Depois — a mim não te furtas! Amei-te, passados anos, Outra vez de saias curtas, Mas com as botas de canos! Já vês... que importam as saias? A minha alma é sempre tua, Tua, mesmo que tu saias Nua, ou de calças, à rua! Nua, sim! nua ou de calças! Sedas e enfeites, que são? Como as botas que tu calças, Acessórios na paixão! A essência é a chama erradia Que o teu olhar acendeu, E em mim fixou, certo dia Que se encontrou com o meu... Chama a tremer tão distante, Tão longe, na Mocidade, Como uma estrelinha errante No céu da minha sau