Concurso Literário Quem conta um conto - I Edição

Na senda do tema aglutinador de projetos O Homem e a Natureza em busa do Equilíbrio, o grupo de português do 3º ciclo criou e dinamizou uma interessante iniciativa de cariz literário. A primeira edição do Concurso Literário Quem conta um conto, coordenada pelas docentes Teresa Sarandão e Lúcia Novais, despertou a veia criativa (e verde) dos nossos alunos. A prová-lo estão os três textos vencedores, da autoria de Maria João Gonçalves, 9ºD  (1º Prémio), Marta Lima Cerqueira, 9ºA  (2º Prémio), e Matilde Laranjo, 9ºA (3º Prémio).


Apresentamos a seguir um breve excerto de cada um dos trabalhos vencedores, cuja versão integral poderá ser lida clicando sobre os respetivos títulos.  

"(...) contudo, algo mais captou a sua atenção. Avistou uma família que estava a chegar à lagoa onde ele se encontrava e nada tinha a ver com o que presenciava na sua ilha, pois os seus elementos estavam a andar de bicicleta, mas descalços, tinham pulseiras nos braços, mas feitas de flores, vestiam-se de forma muito simples e com cores claras. Posteriormente, descobriu que habitavam numa espécie de cabana de madeira situada na nascente da cascata. Havia uma mesa de madeira em frente à casa e uma cama de rede. Viviam rodeados de árvores e água – era inacreditável a forma alegre como comunicavam e estavam em comunhão com a natureza.

- Só gostava que a minha ilha fosse tão bela como esta, que tivesse metade deste vislumbre. (...)" 

(excerto do conto Esperança num futuro melhor, de Maria João Gonçalves)

"(...) A vida é um conjunto de escolhas, por isso temos de fazer aquelas que são as certas, para termos uma vida e um futuro feliz, e não é destruindo o nosso planeta que vamos conseguir. Nós não temos um planeta B, planeta Terra há só um, logo temos de tratá-lo bem e não podemos começar a pensar nele amanhã porque, então, ele poderá já não existir.  Não é com aquela conversa do “É só hoje…”, “Faço amanhã, se me apetecer…”, pois o hoje é que vai definir o amanhã e, se não começarmos agora, quando é que vamos iniciar a lutar por um futuro melhor?"

(excerto do conto O futuro começa hoje, de Marta Cerqueira)

                                             
"(...) Estavam os dois jovens a entrar num autocarro elétrico, para voltar para a praia a fim de perceberem de onde Renato tinha aparecido, quando este começou a sentir uma forte luz. Era o sol a entrar-lhe no quarto. Afinal, Renato tinha estado a sonhar! Então, o rapaz sentou-se e tentou assimilar tudo o que fantasiara.

     - Será que eu consigo fazer com que a minha ilha seja como a de Providenciales? Tenho de ajudar a redescobrir um futuro sustentável para a minha casa. (...)" 

(excerto do conto E se não fosse apenas um sonho?, de Matilde Laranjo                                                        

Estes breves excertos que esperamos tenham deixado os nossos leitores com vontade de saber mais, dão conta da consciência da finitude dos recursos, mas também da força de pequenos gestos, da importância da gratidão e da urgência da ação. 

Como referia Krenak, em O amanhã não está à venda, um texto de 2020, publicado em plena pandemia, 

“A nossa mãe, a Terra, nos dá de graça o oxigénio, nos põe para dormir, nos desperta de manhã (…). Tomara que não voltemos à normalidade, pois se voltarmos é sinal que não valeu de nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro (…) e aí teremos provado que a humanidade é uma mentira”.

Parabéns às vencedoras e às organizadoras de tão nobre iniciativa. A Palavra também é uma forma de ativismo, na qual ACREDITAMOS. 

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