Filosofia para Crianças e Jovens e Educação Literária: o nosso destaque aLer+ 2027
Introdução à Filosofia para Crianças e Jovens e Educação Literária é a atividade em destaque das Bibliotecas Escolares António Feijó, no âmbito do projeto aLer+2027, no presente ano letivo.
A atividade consistiu na dinamização de sessões, pela professora bibliotecária coordenadora, junto dos grupos / turmas que, no início do ano letivo, se inscreveram no projeto. As sessões tiveram por base algumas das questões filosóficas mais prementes, como o amor, o medo, a solidão, o Outro, e como auxiliar a literatura infantojuvenil, visando os seguintes objetivos:
- Experimentar percursos
diversificados de desenvolvimento de pensamento crítico;
- Associar a Educação Literária à
Filosofia no sentido de reforçar o trabalho em torno do questionamento;
- Conhecer as potencialidades da
literatura enquanto recurso de promoção do pensamento crítico e reflexivo,
tendo em vista a formação de cidadãos críticos, ativos e interventivos;
Preparação
1.Apresentação
da proposta nas reuniões de Conselho Pedagógico, departamento da EPE e 1º CEB e
equipa docente BE em setembro de 2021;
2.Abertura
de Inscrições (setembro 2021);
3.Calendarização
das sessões;
4.As sessões, com duração aproximada de uma
hora, têm lugar na Biblioteca Escolar de cada estabelecimento, com os alunos
dispostos em semicírculo, acomodados em pufes ou cadeiras.
| Momento de sessão de FpC com grupo da EPE |
1. Dinâmica
de uma sessão no 1º CEB:
- Material: Papeis verdes e amarelos,
em número igual ao de alunos; lápis; obra O Jardim de Babaï, de Mandana
Sadat (2013), edição da Bruáa; impressão de Babaï (personagem da obra).
a) Vamos pensar.
Estar sozinho é bom? Porquê?
Os alunos são
convidados a fechar os olhos e pensar se gostam ou não de estar sozinhos, em
que momentos e porquê (uma conversa silenciosa).
b) Vamos jogar (ao faz de conta).
“Estar sozinho é bom porque...
Estar sozinho é mau porque…”
São distribuídos,
a metade dos alunos, papeis amarelos, e à outra metade papeis verdes. Independentemente
da opinião pessoal, os alunos com papel amarelo deverão registar um motivo pelo
qual não é bom estar sozinho, enquanto os alunos com papel verde deverão
registar um motivo pelo qual é bom estar sozinho. No final, é feita a partilha,
concluindo-se que a mesma situação às vezes pode ser boa, e outras pode não o
ser, dependendo da pessoa e/ou da circunstância.
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| Momento de sessão de FpC com turma de 1º ano |
c) Vamos
convidar Babaï para esta conversa.
O que tem o
cordeirinho a dizer sobre o assunto?
É apresentado
um pequeno cartão com a imagem de Babaï, a personagem principal da obra que
sustenta a sessão, é explicado aos alunos quem é e de onde vem. De seguida é lida
/ contada a história com a recomendação prévia de tentar descobrir o que tem
Babaï, o cordeirinho, a dizer sobre a questão em causa (estar sozinho). No
final é levado a efeito um pequeno diálogo para sistematizar as principais
ideias, à luz da questão levantada.
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| Momento de sessão de FpC com turma de 1º ano |
d) Vamos conversar
Esta é a fase do diálogo filosófico propriamente dito. Inicialmente é colocada ao grupo a questão “Estar sozinho e sentir-se sozinho é a mesma coisa?”, sendo a resposta encontrada em grande grupo. De seguida são colocadas as três questões que se apresentam abaixo, e é dada a palavra a cada aluno para que possa partilhar a sua experiência e as suas ideias em relação a uma ou mais questões.
- Já alguma vez me senti sozinho?
- Conheço alguém que se sinta sozinho?
- O que posso fazer para me sentir melhor ou ajudar alguém a sentir-se melhor nessas circunstâncias?
e) Vamos
construir.
O meu tapete do bem-estar
Finda a
partilha, é retomada a ilustração final da obra, que representa o Jardim de
Babaï em jeito de tapete persa, e é feita uma analogia da história de Babaï com
a história de cada um, sendo os alunos convidados a elaborarem o seu próprio
tapete do bem-estar, representando, através do desenho, tudo aquilo que contribui
para o bem-estar de cada um (e não o deixa sentir-se só). Esse trabalho é realizado na sala de aula, com o apoio do professor da turma, e,
posteriormente, é afixado na BE, no “Cantinho da Filosofia”.
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| Momento da criação de tapetes do bem-estar em sala de JI |
f) O que é
a Filosofia?
Terminada a sessão, e depois de os alunos manifestarem a sua opinião sobre a mesma, são orientados no sentido de descobrirem o que estiveram a fazer, concluindo-se que a Filosofia é a Arte de Pensar (e Pensar é BOM).
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| Tapetes do bem-estar de turma de 1º ano com registo |
1 Secção
dos Livros Perguntadores
Foi criada uma secção específica na Biblioteca Escolar da escola sede dedicada à FpCJ, composta essencialmente por álbuns narrativos contemporâneos, indutores de questionamento: Livros Perguntadores.
2. Cantinhos
da Filosofia
Em cada
Biblioteca Escolar do Agrupamento foi criado o Cantinho da Filosofia, onde são
afixados os trabalhos elaborados no âmbito das sessões de FpC. Alguns cantinhos da FpC podem ser vistos AQUI.
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| Exemplo de Cantinho da Filosofia numa BE do 1º CEB |
3. O projeto nas II Jornadas em Educação Literária da Universidade do Minho
O O projeto Filosofia para Crianças e Jovens foi apresentado, em formato de comunicação, nas II Jornadas Internacionais em Educação Literária, Acordar a Primavera, que tiveram lugar na Universidade do Minho, nos dias 22 e 23 de abril de 2021, integrando a mesa-redonda Leitura, Educação e Mediação.
Reflexão sobre os resultados
Uma avaliação preliminar do
projeto permitiu apresentar como principais resultados:
- As sessões de FpCJ registam
elevada procura em todos os níveis de ensino por parte dos professores (as
ofertas esgotam sempre).
- Alunos partilham vivências /
problemas que não eram do conhecimento dos seus professores.
- Professores referem a calma e o
clima de bem-estar que se segue às sessões de FpC, assim como maior facilidade
de participação dos alunos nas aulas.
- Professores manifestam surpresa
pela participação de alguns alunos nas sessões.
- Professores referem necessidade
de fazer sessões com maior regularidade.
- Quanto mais velhos os alunos,
mais “ricas” são as partilhas e as conversas.
- Alguns professores dão
continuidade ao trabalho em torno da obra utilizada.
- Alguns alunos requisitam o
livro utilizado ou livros da mesma temática.











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