Ler para pensar ou uma iniciação à Filosofia para Crianças e Jovens

Por Biblioteca Escolar António Feijó janeiro 19, 2024

Foi a partir do questionamento que emerge das obras de literatura para a infância e juventude (e não só!), a base subjacente ao trabalho que desenvolvemos no âmbito da Educação Literária, que, em 2021, decidimos dar os primeiros passos na iniciação à Filosofia para Crianças e Jovens, iniciativa que foi acolhida por um expressivo número de docentes de todos os níveis de ensino do AEAF e cuja procura vem crescendo a cada ano.

Momentos de sessão realizada com turma de 3.º ano na EB da Feitosa (jan 24)

Desde então, esta ação passou a integrar o projeto a Ler+, que este ano assume a designação aLer mais e melhor (RBE). A ação integra o eixo de intervenção Leitura Orientada, que prevê a criação de "oportunidades de reflexão em torno de leituras - tempo para ler e pensar" (https://www.rbe.mec.pt/np4/aler-eixos-de-intervencao).

Questões como o Bem e o Mal, o Justo e o Injusto, o Amor, a Solidão, a relação com o Outro (generosidade e alteridade), a Felicidade... são algumas das temáticas que têm estado na origem das diferentes sessões que vimos levando a efeito com diferentes níveis de ensino.

Este mês regressamos ao terreno.

Tendo chegado recentemente até nós a obra que apresenta os mais recentes resultados de um dos mais longos estudos sobre felicidade, revelando que o principal preditor de uma Boa Vida é a qualidade dos relacionamentos, decidimos levar "para pensar" a questão da nossa relação com o OUTRO.

Momentos de sessão realizada com turma de 3.º ano na EB da Feitosa (jan 24)

O ponto de partida foi um tradicional "Quantos-Queres" contendo um conjunto de perguntas indutoras de reflexão e, claro, de múltiplas possibilidades de resposta. Convidamos, depois, os habitantes de Abrigo, um livro de que falamos AQUI, e, à luz dos contributos que a narrativa nos trouxe, voltamos à conversa, tentando estabelecer conexões entre o diálogo anterior e os acontecimentos experienciados pelas personagens da história.

A mudança de "opinião" ou de visão sobre o assunto é muito comum nesta fase dos trabalhos, um contexto propício ao "diálogo filosófico", momento em que as diferentes visões e perspetivas sobre o assunto se cruzam com a vida e as vivências de cada um e a reflexão dá lugar a uma análise introspetiva.

À luz da "lanterna do raposinho", os participante são também convidados a elaborar a sua própria lanterna, refletindo sobre os momentos em que foram "luz / lanterna" para alguém e/ou os momentos em que alguém foi "luz/ lanterna" para si.